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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Copa 2014: desafios e responsabilidades


A África do Sul deu ontem adeus à maior festa do futebol. Agora a Copa do Mundo começa a se estabelecer aqui, onde, nos próximos quatro anos, o pentacampeão Brasil se preparará para abrigar, pela segunda vez, o Mundial de futebol. De acordo com o documento “Brasil, Copa de 2014 – Desafios e Responsabilidades” da Subcomissão Permanente para Acompanhamento da Copa de 2014 da Câmara dos Deputados, há muitas razões para se preocupar.
Quando o presidente da República, no primeiro semestre de 2007, chancelou o Caderno de Encargos da FIFA, o mundo vivia um momento de euforia financeira. Nesse ambiente, de lucros rápidos e fáceis, o governo assumiu compromissos cuja latitude e longitude, na verdade, ignorava. À época da decisão, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) disseminou na mídia a versão de que a iniciativa privada suportaria o grosso das despesas necessárias para adequar os estádios brasileiros às exigências da FIFA.
A informação inicial era de que as obras implicariam despesas de aproximadamente R$ 4 bilhões. Tempos depois, ao declarar, publicamente, que sem recursos da União a realização da Copa de 2014 enfrentaria dificuldades dos mais variados portes, o presidente da CBF tornou evidente que o planejamento do Mundial de Futebol do Brasil tratava-se de mera peça de ficção. Quanto às iniciativas necessárias para encaminhar soluções capazes de solucionar gargalos históricos do país, como o do transporte rodoviário, da logística, da mobilidade urbana, do saneamento e da segurança pública, por exemplo, essas não puderam ser esmiuçadas. Por uma simples razão: inexistia um diagnóstico sobre as ações que os doze estados e cidades-sedes terão de realizar e custear para preparar-se para a Copa de 2014.
De acordo com o balanço da Copa de 2006, os gastos totais realizados pela Alemanha para receber o evento variaram entre oito e 10 bilhões de euros, dispendidos em infraestrutura, transporte público e outras ações, enquanto as despesas com estádios atingiu o total de 2 bilhões de euros. É evidente que não há como se comparar um país como a Alemanha, que dispõe de uma das maiores economias do mundo e conta com uma infraestrutura das mais eficientes, com a realidade brasileira. Em virtude das gritantes diferenças existentes entre os dois países, prevê-se despesas entre R$ 100 bilhões e R$ 120 bilhões para o Brasil estar em condições de acolher o evento. (Extraído do documento “Brasil, Copa de 2014 – Desafios e Responsabilidades” da Subcomissão Permanente para Acompanhamento da Copa de 2014 da Câmara dos Deputados)

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