Prefeitos de 5 mil municípios empossados

Com promessas de cautela, contingenciamento de verbas por conta da crise econômica e enxugamento da máquina administrativa, prefeitos de mais de 5 mil municípios foram empossados ontem — alguns sob força de liminares. Também tomaram posse mais de 50 mil vereadores. Em São Paulo, maior cidade do País, Gilberto Kassab (DEM) se manteve na cadeira em que sentou nos últimos anos destacando a importância da condução do município com responsabilidade financeira e elogios ao padrinho político, o governador José Serra (PSDB), a quem chamou de “maestro”. Em solenidade prestigiada por vários caciques políticos, Kassab discursou por 20 minutos e citou a crise global ao falar do planejamento para o governo. “Decidimos manter nossos investimentos em áreas sociais, na Educação, na Saúde. Cortando, cautelarmente, os gastos nas outras áreas”, destacou o prefeito reeleito. Kassab também rebateu críticas que recebeu ao longo da campanha de adversários. O governador José Serra discursou e devolveu os elogios ao afilhado político. “Esta reeleição consagrou a liderança jovem, muito mais do que promissora, porque já está fundamentada na experiência quase insuperável que é governar São Paulo, com as dimensões de seus problemas, por dois anos e nove meses”, afirmou. Em cerimônia na Câmara Municipal de Salvador, João Henrique Carneiro também assumiu seu segundo mandato. João, que trocou o PDT pelo PMDB, anunciou que pretende economizar por ano R$ 40 milhões. Ele iniciou o segundo governo cortando secretarias e cargos comissionados. Outro prefeito que assumiu falando em redução de custos foi Beto Richa (PSDB), que comandará a cidade de Curitiba pela segunda vez. Ele pediu aos seus secretários que promovam redução de até 15% nos gastos de custeio para evitar cortes em investimentos sociais.Em Recife , o prefeito João da Costa (PT) fez discurso inspirado em poema de Paulo Freire — ‘É sempre Recife’ —, para declarar seu amor pela cidade e seu compromisso com os excluídos.Em Porto Alegre, a prefeitura foi reassumida por José Fogaça (PMDB), que demonstrou estar com a popularidade em alta, pois foi aplaudido de pé pelo público que lotava as galerias da Câmara. Fogaça garantiu que vai cortar gastos e prometeu melhorar a qualidade dos serviços prestados na Saúde e na Educação.